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Reflexões sobre a Vaidade dos Homens (1980)/XCV

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Não temos liberdade para deixar de amar a fermosura do mundo, e das suas partes; não temos livre o alvedrio para resistir ao encanto, que a natureza esconde nas suas produções. A variedade das cores, o movimento dos brutos, o canto das aves, o elevado dos montes, o ameno dos vales, a verdura dos campos, a suavidade das flores, e o cristalino das águas, tudo atrai a nossa admiração, e tudo nos infunde amor. A fábrica do universo é como um retrato da Omnipotência; a grandeza do efeito indica a majestade da causa; por isso o amor, ou o louvor da obra, cede em honra do artífice.