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Se lá de quando em quando, Águia do Sena

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Se lá de quando em quando, Águia do Sena,
Sobre os ditames da moral mais pura,
Não entornasses a letal doçura,
Que teus altos escritos envenena;

Se o Sol da Graça fúlgida, serena,
Iluminasse igual tua escritura:
Quem não te levaria à sepultura
Amplos tributos de saudade e pena!

Que vezes pela noite extensa e fria,
Curvado sobre ti, absorto exclamo:
Oh alma grande! Assim não fora ímpia!

Com teu estro sublime ali m’ inflamo;
E abrasado na luz que o acendia,
Sem teus erros amar, seus vôos amo.

Poema dedicado a Voltaire.