Sinhá
Aspeto
(N'um album. — 1862.)
O teu nome é como o oleo derramado.
Salomão. — Cantico dos Canticos.
Nem o perfume que espira
A flor, pela tarde amena,
Nem a nota que suspira
Canto de saudade e pena
Nas brandas cordas da lyra;
Nem o murmurio da veia
Que abrio sulco pelo chão
Entre margens de alva arêa,
Onde se mira e recreia
Rosa fechada em botão;
Nem o arrulho enternecido
Das pombas, nem do arvoredo
Esse amoroso arruido
Quando escuta algum segredo
Pela brisa repetido;
Nem esta saudade pura
Do canto do sabiá
Escondido na espessura,
Nada respira doçura
Como o teu nome, Sinhá!