Telegrama de Euclides da Cunha de 16 de agosto de 1897 (I)
Bahia, 16 de agosto (14h)
A demora do sr. ministro da Guerra nesta capital, é explicada pela numerosas providências exigidas pelo preparo e mobilização das forças.
É possível avaliar o trabalho enorme de preparar os batalhões que chegam carecendo de tudo e muitos com as armas inutilizadas.
O estabelecimento de comboios permanentes entre Queimadas, Monte Santo e Canudos, foi feito depois de grandes esforços.
A entrada constante de feridos, cujo número cresce extraordinariamente, exige também providências urgentes para localizá-los, vesti-los e tratá-los.
Todos os hospitais estão cheios, inclusive as enfermarias da Escola de Medicina.
Agora trata-se da criação de novas enfermarias nos conventos.
O mosteiro de S. Bento está repleto; tem mais de duzentos feridos.
A população continua a auxiliar o governo no tratamento dos feridos.
— Desembarcou hoje o batalhão patriótico do Pará.
— Espera-se apenas agora o 4º batalhão de infantaria.
— Pelo número de feridos que chegam e pelas informações vindas do teatro da guerra, verifica-se que a luta foi mais sangrenta do que se supunha.