Tradução:Relato de Contos por Rebbe Nachman de Breslov/2

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Conto 2: O Rei e o Imperador[editar]

Tradução:Relato de Contos por Rebbe Nachman/2

Conto 2: O Rei e o Imperador[editar]

[Introdução; o noivado][editar]

Certa vez havia um imperador. O imperador não tinha filhos. Havia também um rei e o rei também não tinha nenhum filho. Saiu então imperador pelo mundo a procurar, talvez encontrasse um conselho ou um remédio para poder ter filhos. O rei também saiu pelo mundo. Então ambos se encontraram em um albergue. E um não sabia do outro. Reconheceu o imperador que o rei tinha uma conduta de. rei. E lhe perguntou. E ele então lhe confessou que era um rei. O rei também reconheceu que o imperador tinha uma conduta de rei. E ele também lhe confessou. E um contou ao outro que viajava para ter filhos. E fizeram um acordo entre eles, que caso voltassem às suas casas e suas esposas tivessem uma um menino e a outra uma menina, que eles os casariam. E voltou o imperador à sua casa e teve uma filha. E o rei voltou à sua casa e teve um filho. E o acordo do casamento foi esquecido por eles. Enviou o imperador sua filha a estudar. O rei também enviou seu filho a estudar. E ambos chegaram à um mesmo professor e se gostaram muito um do outro e fizeram um acordo entre eles que se casariam. E o filho do rei pegou então um anel e colocou em sua mão e se casaram.

[A Separação][editar]

Depois disso o imperador mandou buscar a sua filha e a trouxe de volta à casa. O rei também mandou buscar o seu filho e o trouxe também de volta à casa. E foram propostos casamentos para a filha do imperador e ela não quiz nenhuma das propostas por causa da ligação que fizera com o filho do rei. E o filho do rei sentia muito a sua falta. E a filha do imperador estava também sempre triste. E o imperador a conduzia pela sua corte e pelo seu palácio e mostrou para ela a sua grandeza e ela estava sempre triste. E o filho do rei sentiu tanto a sua falta até que adoeceu. E lhe perguntaram: "Por que você está doente?" E ele não queria responder. Então falaram para o servente: "Talvez você possa descobrir". E ele lhes disse: "Eu sei". Pois esse que o estava servindo estivera com ele lá onde ele estudara. E ele lhes disse (ou seja, o servente disse para eles porque ele estava doente) . Então o rei se lembrou que há muito tempo atrás ele já tinha feito o acordo com o imperador. E foi e escreveu ao imperador que se preparasse para o casamento pois o acordo casamento já tinha sido feito há muito tempo, conforme mencionado. O imperador entretanto já não queria o casamento. Porém ele não podia recusar. Então o imperador escreveu ao rei para que lhe enviasse seu filho para ele ver se ele podeeria conduzir um país e assim ele lhe daria a sua filha. E o rei enviou seu filho para ele e o imperador o colocou em um quarto e lhe deu papéis com assuntos do país para então poder julgar se ele poderia conduzir o país. E o filho do rei ansiava muito em vê-la mas não podia vê-la.

[A fuga][editar]

Certa vez ele caminhou ao lado de um muro espelhado e a viu e caiu desmaiado. Ela veio até ele e o despertou. E lhe disse que não aceitava nenhuma proposta por causa da ligação que ela já tinha feito com ele. E ele disse para ela: "O que se pode fazer? Teu pai não quer". E ela lhe disse:" Mesmo assim eu serei sempre tua" Depois disso eles tiveram uma idéia de partir para o mar, alugaram um barco e partiram para o mar. E foram pelo mar. Depois disso eles quiseram chegar à costa. E vieram à costa e lá tinha uma floresta e eles foram para lá. E a filha do imperador pegou o anel e lhe deu e se deitou para dormir. Depois disso o filho do rei vendo que ela já estava por despertar, colocou o anel ao lado dela. Depois eles foram para o barco.

[O casal se perde][editar]

Nesse ínterim, ela se lembrou que tinha esquecido o anel lá. E ela então enviou-o atrás do anel. E ele foi até lá e não conseguiu encontrar o local. E ele foi adiante e também não conseguiu encontrar o anel. E foi procurar o anel de um lugar para o outro até que ele se perdeu e já não conseguia voltar. E ela foi então procurá-lo e ela também se perdeu. E ele ia indo e se perdesse, e se perdeu completamente adiante. Depois disso ele viu um caminho e foi para um povoado e ele não tinha o que fazer e se tornou um servente. E ela também foi e se perdeu. E ela pensou consigo mesma que iria se sentar à beira do mar. E ela foi até a beira do mar e lá haviam árvores frutíferas. E ela então sentou- se lá. E de dia ela costumava ir até o mar, talvez ela encontrasse alguém. E ela se sustentava com as frutas. E de noite ela costumava subir em uma árvore para se proteger dos animais.

[O filho do mercador encontra a filha do imperador][editar]

Eis que veio um dia e havia um grande comerciante, um muito grande comerciante, que tinha negócios no mundo todo e ele tinha um filho único. o comerciante já era idoso. Certa vez o filho disse ao pai: "Sendo o senhor já idoso e eu sou ainda muito jovem e os teus clientes que confiam em ti não me dão a menor confiança, então o que será quando falfaleceres e eu ficar só, eu não saberei o que fazer. Assim sendo dê-me um barco com mercadorias e eu irei pelo mar para me tornar perito em comércio".E o pai lhe deu um barco com mercadorias. E ele foi para países e vendeu a mercadoria e comprou outra mercadoria e foi muito bem sucedido. Nesse ínterim em que ele estava no mar ele avistou as árvores onde a filha do imperador estava lá sentada. E eles pensaram que era um povoado e eles quizeram ir para lá. Assim que eles se aproximaram eles viram que eram árvores e então quizeram voltar.

Nesse ínterim, o filho do comerciante deu uma espiada no mar e lá viu uma árvore e sobre ela sentava algo como um homem e ele pensou que talvez ele estivesse enganado. Então ele disse para as outras pessoas que lá estavam e eles deram uma olhada e também viram assim como um homem sobre a árvore. Então eles decidiram que eles iriam se aproximar de lá. E então eles enviaram uma pessoa em um pequeno bote e eles observaram pelo mar para poder mostrar o caminho para o enviado para ele poder chegar até a árvore. O enviado foi para lá e ele viu que lá estava sentada uma pessoa e ele então informou para eles. Então ele foi para lá sozinho (ou seja, o filho do comerciante) e ele viu que ela estava sentada lá (ou seja a filha do imperador) e ele lhe disse que ela descesse. Ela lhe disse que ela não entraria no barco até que ele a prometesse que ele não tocaria nela até que ele chegasse em casa e casasse com ela conforme a lei. E ele prometeu-lhe. E ela entrou em seu barco. E ele viu que ela podia tocar instrumentos e que ela podia falar vários idiomas. E ele ficou feliz por ela ter chegado até ele.

Depois disso, quando já começaram a se aproximar de sua casa ela lhe disse que o certo seria que ele fosse para casa e informasse a seu pai e seus parentes e seus bons amigos que como ele estava trazendo uma moça tão importante que eles todos viessem conhecê-la e depois ele saberia quem ela era (pois anteriormente ela também conmbinara com ele para que ele não a perguntasse quem ela era até depois do casamento quando então saberia quem ela era). E ele concordou com isso. Mais tarde ela lhe disse: "O certo seria também que você embriagasse todos os tripulantes que conduziram o barco para que eles soubessem que o comerciante deles estava casando com uma tal mulher". Ele então lhe prometeu e pegou um vinho muito bom que ele tinha no barco e deu para eles e eles ficaram muito embriagados. E ele então foi para casa informar seu pai e seus amigos. E os tripulantes se embriagaram e saíram do barco e caíram embriagados.

[A filha do imperador foge do filho do comerciante][editar]

Nesse ínterim, quando eles estavam se preparando para ir conhecê-la com toda a família, nesse ínterim, ela foi e desprendeu o barco da costa e estendeu as ventanas e partiu com o barco. E toda a familia veio até o barco e não encontraram ninguém. o comerciante ficou então muito irritado com o filho. E o filho gritava: "Acredite-me, eu trouxe um navio com mercadoria, etc…". E eles não viram nada. E ele lhes disse: "Perguntem aos tripulantes". E eles foram lhes perguntar e eles jazíam embríagados . Depois disso os tripulantes se levantaram. E eles então lhes perguntaram e eles não sabiam de nada do que lhes tinha ocorrido, sabiam apenas que eles trouxeram um barco com muitas coisas e não sabiam onde ela estava. E comerciante ficou muito irritado com seu filho e o expulsou de sua casa para quele não viesse mais até seus olhos. E o filho se foi sem rumo. E ela (ou seja, a filha do imperador) ia pelo mar.

[O rei à beira-mar encontra a filha do imperador][editar]

Eis que veio um dia e havia um rei. O rei construíra para si palácios no mar, pois lá lhe agradava devido ao ar do mar e devido aos barcos que passavam por lá. E a filha do imperador ia pelo mar e chegou perto do palácio do rei. O rei deu uma espiada e viu como o barco ia sem condutores e que lá não havia nenhuma pessoa ele então pensou que ele se enganara. Então ele ordenou seus homens que eles observassem. E eles também viram. E ela se aproximou do palácio. E ela pensou consigo mesma: "Para que lhe serviria o palácio?", e então começou a voltar. O rei enviou e a fez retornar. E a trouxe em sua casa. E o rei não tinha nenhuma esposa pois não conseguia escolher uma para si, pois essa que ele queria não o queria e vice-versa. Assim que a filha do imperador chegou até ele ela lhe disse que ele lhe jurasse que não iria tocar nela até que ele a tomasse conforme as leis. E ele jurou-lhe. E ela lhe disse, que era correto que ele não abrisse o seu barco e que não tocasse nela. Apenas que o barco ficasse como estava no mar, até o casamento, para que todos vissem então quanta mercadoria ela tinha trazido, para que não dissessem que ele pegara uma mulher no mercado. E ele assim a prometeu.

E o rei escreveu para todos os países para que eles todos viessem ao casamento. E construiu palácios para ela. E ela ordenou que lhe trouxessem onze moças para ficarem com ela. E o rei ordenou e lhe enviaram onze moças filhas de grandes ministros. E construíram para cada uma delas um palácio específico e ela também tinha um palácio específico. E elas costumavam ir até o seu quarto e costumavam tocar instrumentos musicais e elas tocavam com ela.

Certa vez ela lhes disse que ela queria ir com elas até o mar. Elas foram com ela e elas tocaram lá. E ela lhes disse que ela iria lhes oferecer um bom vinho que ela tinha. E ela lhes deu do vinho que havia no barco. E elas ficaram embriagadas. E elas caíram e permaneceram estiradas. E ela foi e desprendeu o barco e estirou as ventanas e fugiu com o barco. E o rei com seus homens deram uma espiada e viram que o barco não estava lá e eles ficaram muito estarrecidos. O rei então lhes disse: "Procurem não contá-la do ocorrido subitamente pois ela vai ter um grande sofrimento" (pois o rei não sabia que ela mesma tinha fugido, ele pensava que ela estava em seu quarto) e que ela também poderia pensar que o rei tinha presenteado alguém com o barco, enviem apenas uma das moças para que ela lhe conte de uma maneira sábia". E eles foram para um quarto e não encontraram ninguém. E assim em outro quarto também não encontraram ninguém. E assim em todos os os onze quartos não encontraram ninguém. Eles então decidiram (o rei com os homens) que eles lhe iriam enviar à noite uma ministra idosa para que ela lhe contasse. E chegaram até o seu quarto e novamente não encontraram ninguém e ficaram então muito estarrecidos. Nesse ínterim, os pais das moças viram que não tinham mais nenhuma carta de suas filhas. Eles mandavam cartas e não lhe escreviam nada. Eles então se levantaram e viajaram todos até elas. E não encontraram nenhuma de suas filhas. E eles ficaram muito irritados e quizeram banir o rei pois eles eram os ministros do rei, porém eles pensaram consigo mesmo: "Qual era a culpa do rei para que eles o banissem, afinal ele tinha sido forçado". Resolveram então que o fariam abdicar do reino e o afastariam de lá. E o fizeram abdicar e o afastaram de lá. E ele se foi.

E a filha do imperador, que fugira, partia com o barco. Mais tarde as moças despertaram e começaram novamente a tocar com ela assim como antes pois elas não sabiam que o barco já tinha partido da costa. Depois disso elas lhe disseram: "Deixe-nos regressar às nossas casas". E ela lhes respondeu: "Vamos ficar aqui um pouco mais". E depois veio um vento tempestuoso e elas disseram: "Deixe-nos regressar às nossas casas". E ela lhes informou que o barco há muito já tinha partido da costa. E elas lhe perguntaram: "Por que você fez isso?" E ela lhes disse que ela temera que o barco se quebrasse por causa dos ventos tempestuosos e por isso ela precisara fazer assim. E elas foram pelo mar, a filha do imperador com as onze moças. E costumavam tocar lá instrumentos musicais. E chegaram em um palácio. As moças então lhe disseram: "Deixe-nos ir ao palácio", e ela não quiz. Ela disse que ela ainda estava arrependida de ter se aproximado do outro palácio (ou seja, do rei, conforme mencionado).

[Filha do imperador encontra doze piratas][editar]

Depois elas avistaram assim como que uma ilha no mar. E elas foram para lá. E lá haviam doze ladrões e os ladrões queriam matá-las. Ela então perguntou: "Quem é o maior entre vocês?" E eles lhe mostraram. E ela então lhe disse: "O que vocês fazem?", e ele lhe disse que eram ladrões. Então ela lhe disse: "Nós também somos ladrões só que vocês são ladrões com a vossa força e nós somos ladrões com nossa inteligência pois sabemos idiomas e também tocamos instrumentos musicais. Sendo assim o que vocês ganham nos matando, melhor que nos levem como esposas e vocês terão também uma grande riqueza". E lhes mostrou o que tinha no barco (pois o barco era do filho do comerciante e tinha muitas riquezas). E os ladrões ficaram satisfeitos com as suas palavras. E os ladrões lhes mostraram suas riquezas e as conduziram em todas suas terras. E ficou combinado entre eles que eles não as levariam todos de uma vez, apenas um após o outro e que cada um escolheria uma moça que lhe fosse adequada segundo seu nível.

Depois ela lhes disse que lhes ofereceria um excelente vinho que ela tinha no barco, que ela não tinha provado ainda. E que o vinho ela o guardara para quando D'-s a Enviasse o seu companheiro. E ela então lhes deu do vinho em doze cálices e lhes disse que cada um tomasse por todos os doze. E eles beberam e ficaram embriagados e caíram ao solo. Ela então chamou as outras moças: "Vão agora e matem cada uma o seu homem". E elas então foram e mataram à todos eles e elas encontraram lá uma riqueza muito grande que não se encontra assim com nenhum rei. Então elas resolveram que não pegariam nada de cobre e nada de prata somente ouro e pedras preciosas e retiraram do barco coisas que não eram tão importantes e encheram o barco todo com coisas preciosas, Com ouro e pedras preciosas que encontraram lá. E elas resolveram que elas não iriam mais se vestir como moças, e costuraram para si roupas masculinas européias e partiram com o barco.

[O príncipe rei careca; a filha do imperador é coroada][editar]

Eis que veio um dia e havia um rei. O rei tinha um filho único e fez para ele um casamento. E lhe deu o reinado. Certa vez ele falou ao pai que queria passear com sua esposa pelo mar para que ela se acostumasse com o ar do mar, pois talvez houvesse necessidade um dia de fugir pelo mar (por essa razão ele queria que ela se acostumasse com o ar do mar). E o filho do rei foi então com sua esposa e com os ministros do rei e partiram em um barco e estavam muito felizes lá e se divertiram muito lá. Mais tarde eles disseram que eles todos iriam retirar suas roupas. E assim o fizeram. E ficaram apenas com as camisetas. E cada um deles tentou então subir até o mastro. E o filho do rei também tentou subir no mastro. Nesse tempo a filha do imperador chegou com o seu barco e ela avistou o barco (do filho do rei com os ministros). No começo ela temeu de ir para lá. Depois ela se aproximou um pouco e viu que eles se divertiam muito e ela entendeu que não eram ladrões e então ela começou a se aproximar de lá.

Chamou então a filha do imperador à suas colegas e disse: "Eu posso jogar o careca dentro do mar" (ou seja, o filho do rei que tentava subir no mastro), pois o filho do rei tinha uma careca na cabeça. E elas lhe disseram: "Como é possível isso, nós estamos muito longe deles!" Ela lhes respondeu que ela tinha uma lente que queimava e através dela o derrubaria. E ela decidiu que ela não o derrubaria até que ele chegasse no topo do mastro. Pois todo o tempo que ele está no meio do mastro, se ele cair ele cairá no barco, porém quando ele subir no topo então quando ele cair cairá no mar. E ela esperou até que ele subiu no topo do mastro. Então ela pegou a lente que queimava e a direcionou contra o seu cérebro até que queimou seu cérebro. E ele caiu dentro do mar. Assim que ele caiu se formou lá (em seu barco) um grande alarde e não sabiam o que fazer, como poderiam voltar para casa, pois o rei poderia morrer devido ao sofrimento. Eles resolveram então que iriam até o barco que eles avistavam (ou seja, , até o barco da filha do imperador), talvez tivesse 1á algum doutor que lhes pudesse dar algum conselho. E eles foram para lá. E lhes disseram (ou seja, para as pessoas que estavam no barco da filha do imperador) que eles não tivessem medo pois eles não lhes fariam nada. E lhes perguntaram: "Talvez tenha entre vocês um doutor que possa nos dar um conselho?" E eles lhes contaram toda a estória e que o filho do rei caíra no mar.

E a filha do imperador disse então que o retirassem do mar. Eles foram e o encontraram e o retiraram. Então a filha do imperador tomou-lhe o pulso em sua mão e disse que o seu cérebro se queimara. Eles foram e rasgaram o seu cérebro e eles viram que era assim como ela tinha dito. Eles ficaram muito surpreendidos (ou seja, fora para eles uma novidade muito grande como o doutor, ou seja, a fiha do imperador descobriu isso) e a pediram que ela fosse com eles para as suas casas e que se tornasse o médico do rei e que ela seria muito importante entre eles. Ela não quiz e lhes disse que ela não era nenhuma doutora apenas que ela sabia dessas coisas. E as pessoas do barco do filho do rei, mencionado acima, já não queriam mais voltar para suas casas. E os dois barcos partiram juntos. Era de muito agrado aos ministros do rei que sua raínha (ou seja, a esposa do filho do rei) casasse com o doutor (ou seja, a filha do imperador que andava vestida como homem e que eles pensavam que era um doutor) por terem visto que ele era um sábio muito grande. Sendo assim eles queriam que a raínha casasse com o doutor (ou seja, a filha do imperador) e que ele fosse o rei deles. E o antigo rei deles (ou seja, o pai do rei) eles iriam matá-lo, só que eles tinham vergonha de dizer isso à raínha, que ela casasse com o doutor. A raínha também, lhe era de muito agrado casar com o doutor. Só que ela tinha muito medo do país, talvez eles não quisessem que ele fosse o rei. Eles decidiram então que iriam fazer um banquete para que através das bebidas na hora da alegria eles pudessem então conversar sobre isso. Fizeram então um banquete para cada um em um dia separado.

Quando chegou o banquete do doutor (ou seja, da filha do imperador) ele lhes deu do seu vinho que ele tinha, conforme mencionado,e eles se embriagaram. Na hora da alegria os ministros disseram para ela: "Que bom seria se a raínha casasse com o doutor" . O doutor (ou seja, a filha do imperador) disse então que seria certamente muito bonito apenas que eles falassem nisso sem estarem embriagados. A raínha também disse que seria muito bonito que ela casasse com o doutor, apenas que o país consentisse com isso. E o doutor novamente disse que certamente seria muito agradável, só que eles falassem nisso sem estarem embriagados. Depois disso quando eles se recuperaram da embriaguez, os ministros se lembraram do que tinham dito e se envergonharam pela raínha, pelo o que eles tinham dito. Porém pensaram: "A própria raínha também tinha dito isso". E a raínha também estava envergonhada deles, porém ela pensou: "Eles mesmos também assim o disseram". Nesse ínterim começaram a falar sobre isso e assim ficou. Eles se casaram a raínha com o doutor (ou seja, com a filha do imperador que eles pensavam que era um doutor, conforme mencionado) e eles voltaram para o seu país. Assim que o país viu que eles chegavam ficaram muito felizes. Pois já fazia um longo tempo que o filho do rei partira com o barco e não sabiam onde ele estava e o velho rei nesse tempo tinha falecido antes de eles terem chegado. Nesse ínterim eles viram que o filho do rei que era o seu rei não estava lá. Eles então perguntaram (ou seja, o país perguntou) : "Onde está nosso rei?" Eles lhes contaram então toda a estória. Que o filho do rei já tinha há muito falecido e que eles já tinham colocado um novo rei, esse que vinha com eles (ou seja, o doutor quera a filha do imperador), e o país ficou muito feliz por já ter um novo rei.

[O Casamento e Conclusão][editar]

O rei (ou seja, a filha do imperador) ordenou de anunciar em todos os países que onde fosse encontrado um estrangeiro ou um fugitivo, ou alguém que tivesse fugido ou sido banido, que eles todos viessem ao casamento, que nenhum deles faltasse e que eles receberiam grandes presentes. E o rei novamente ordenou (ou seja, a filha do imperador) que se fizessem em torno de todo o país fontes para que cada um que quizesse beber não precisasse ir embora para beber, que cada um encontrasse uma fonte perto dele. Depois o rei (ou seja, a filha do imperador) ordenou que pintassem a sua fisionomia em cada fonte. E que fossem colocados guardas que observassem caso alguem viesse e olhasse atentamente a sua pintura (ou seja, a figura do rei que era a filha do imperador) e fizesse uma expressão feia, que eles então capturassem e o colocassem na prisão. E então tudo isso foi feito. E todos os três vieram: ou seja, o primeiro filho do rei (que era o verdadeiro marido da filha do imperador que se tornara rei lá), o filho do comerciante (cujo pai o expulsara por ter a filha do imperador fugido dele) e o rei que tinha sido expulso (também por causa da filha do imperador que fugira com as moças) . E cada um dos três reconheceu que essa era a sua fisionomia, e olharam atentamente e se recordaram e ficaram muito sentidos. E foram capturados e aprisionados.

Durante o casamento o rei ordenou (ou seja, a filha do imperador) que os presos fossem trazidos até ele, e trouxeram todos os três. E ela os reconheceu e eles não a reconheceram pois ela estava vestida como um homem. Então a filha do imperador os chamou e disse: "Você, rei, te expulsaram por causa das onze moças que se perderam. Tome de volta tuas moças. Volte para o teu país e para o teu reinado. Você, comerciante (ou seja, primeiro ela falou com o rei e agora ela começou a falar com o filho do comerciante), o teu pai te expulsou por causa do barco com as mercadorias que você perdeu. Tome o teu barco com toda a mercadoria, e por teu dinheiro ter ficado tanto tempo parado, por isso você tem agora mais riqueza no barco, muitas vezes mais do que antes (pois agora o barco continha a grande fortuna dos ladrões acima mencionados), e você filho do rei (ou seja, o primeiro filho do rei que era na verdade seu marido) venha cá e vamos voltar para casa. E eles voltaram para casa. Amém e Amém.