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Tradução:Relato de Contos por Rebbe Nachman de Breslov/7

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Conto 7: A Mosca e a Aranha

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Tradução:Relato de Contos por Rebbe Nachman/7

Ele [Rebe Nachman] anunciou: “Vou lhe contar toda a minha viagem que tive.” [5]

Eu vou lhes contar sobre a viagem que eu fiz. Certa vez havia um rei, que tinha feito muitas guerras difíceis e os tinha conquistado (ou seja, os tomado) e pegou muitos prisioneiros. (Pode ser que vocês peçam que eu vos conte tudo e assim vocês poderão compreender). E o rei realizava um grande baile todos os anos no dia em que ele conquistara a guerra. E estavam lá no baile todos os ministros do rei e conselheiros assim como é costume entre os reis, e lá se faziam comédias e se faziam piadas de todos os povos, dos Turcos e de todos os povos. E eles mechiam com cada povo, como eram os seus costumes e suas condutas e certamente também faziam piadas dos judeus. Então o rei ordenou trazer o livro, onde lá está escrito os hábitos e costumes de cada povo. E assim que o rei abriu o livro ele viu exatamente como eles tinham feito a comédia deles. Pois, certamente, esses que fizeram a comédia também viram o livro. Nesse ínterim quando o rei estava sentado diante do livro ele viu como uma aranha caminhava através da borda das páginas do livro. E nas páginas do livro estava pousada uma mosca. Certamente para onde vai a aranha, para a mosca. Nesse ínterim em que a aranha caminhava e ia em direção à mosca, veio um vento e levantou a página do livro e a aranha não conseguiu chegar até a mosca. Então ela se voltou para trás e fazia de conta que voltava e que já não queria mais ir até a mosca. Mais tarde a página voltou ao seu lugar e novamente a aranha quiz ir até a mosca. E novamente a página se levantou e não a deixou e então a aranha novamente voltou para trás. E assim foi várias vezes. Depois disso, a aranha novamente foi até a mosca e assim caminhava até que ela já conseguira colocar uma perna sobre a página. E a página se quedou completamente até que a aranha ficou em baixo da página, entre uma página e outra. Ela lá se arrastava e lá ficou no fundo no fundo até que não sobrou nada dela (e a mosca, eu não vou lhes contar o que ocorreu com ela). E o rei viu tudo isso. E ficou muito surpreendido pois entendeu que isso não era uma coisa vazia, apenas lhe faziam ver alguma coisa (e todos os ministros viram como que o rei olhava surpreendido tudo isso). E o rei começou a refletir sobre o que isso queria insinuar. E ele então adormeceu sobre o livro. E ele sonhou que ele segurava na mão um diamante e ele o observava e dele saíam uma quantidade exagerada de pessoas. E ele então largou o diamante da mão. E é costume entre os reis de se pendurar acima deles seu retrato e sobre o retrato colocam a coroa. E ele viu no sonho como que as pessoas que saíam do diamante pegavam o retrato e cortavam a sua cabeça. Depois pegaram a coroa e a jogaram na lama e eles correram em sua direção para o matar. Então ele levantou uma página do livro sobre o qual ele dormia e se protegeu. E eles não lhe puderam fazer nada. Então eles se afastaram dele. Depois a página retornou ao seu lugar. Depois eles novamente quizeram matá-lo e ele novamente levantou a página como anteriormente. E assim ocorreu várias vezes. E o rei queria muito ver qual a página lhe foi como proteção (ou seja, o protegeu), quais costumes estão lá, de que povo ela é. E ele teve medo de ver. E ele começou a gritar: "Que lástima! Que lástima!" E todos os ministros que estavam lá sentados ouviram e quizeram acordá-lo. Porém não é costume de se acordar um rei. Então eles bateram em sua volta para tentar acordá-lo e ele não ouviu. Nesse ínterim veio até ele uma grande montanha e lhe perguntou: "Por que você está gritando assim? Já tem um 1ongo tempo que eu durmo e ninguém me acordou, e você me acordou". (Assim disse a montanha para o rei). Então ele disse: "Como eu posso não gritar quando eles vêm contra mim e querem me matar e apenas essa página é a minha proteção?" E a montanha lhe respondeu: "Se essa página é a tua proteção então você não deve ter nenhum medo de nada, pois contra mim se levantam muitos inimigos e apenas essa página é a minha proteção. Venha e eu vou te mostrar". E ela 1he mostrou como que em torno da montanha estavam milhares e dezenas de milhares de inimigos. E eles faziam banquetes e se divertiam e tocavam instrumentos musicais e dançavam. E alegria era que um grupo deles tramara um plano inteligente de como subir na montanha. E assim eles faziam uma grande animação e um banquete e tocavam e dançavam. E assim cada grupo (ou seja, parte deles). "Apenas essa página com esses costumes, que é a tua proteção, é a minha proteção". E no topo da montanha tem uma tábua. E lá está escrito os costumes da página que a protegia. De que nação ela era. Porém, por causa que a montanha é grande não se pode ler o escrito. Porém em baixo, havia uma tábua e lá estava escrito que quem tivesse todos os dentes esse poderia subir na montanha. E D'-s Abençoado Seja Ele Fez que nascesse lá uma planta, lá onde se precisa subir na montanha, que quem passasse por lá lhe caíam todos os dentes. Fosse ele caminhando, montado à cavalo ou viajando em um vagão movido por animais, todos os dentes caíam. E lá estavam empilhados pilhas de dentes como uma montanha. Mais tarde, as pessoas do diamante pegaram o retrato e o colocaram de novo como antes e a coroa eles a pegaram e levantaram e novamente a penduraram no seu local. E o rei acordou. E imediatamente deu uma olhada na página que lhe tinha sido como proteção, de que costumes, de que povo ela era. E ele viu que estava lá escrito os costumes dos judeus. Então ele começou a olhar para e ele então a página de forma verdadeira e ele então compreendeu a verdadeira verdade. E pensou consigo mesmo que ele já iria ser certamente um judeu. Mas o que fazer para fazer todo o mundo retonar ao bem para trazer todos à verdade? Então ele pensou consigo mesmo que ele viajaria para procurar um sábio que lhe interpretasse o sonho exatamente como ele era (ou seja, que ele lhe mostrasse o sonho exatamente como ele era). E ele levou consigo duas pessoas e viajou pelo mundo. Não como um rei mas como uma pessoa simples. E viajou de uma cidade para outra e perguntava onde se poderia encontrar. Um sábio assim que interpretasse o sonho exatamente como ele era. E lhe disseram que lá e lá se encontrava um sábio assim. E ele viajou para lá. E chegou até o sábio e lhe contou a verdade, que ele era um rei e que ele conquistara guerras e toda a estória que ocorrera, conforme mencionado. E lhe pediu que interpretasse o sonho. E o sábio lhe respondeu: "Eu mesmo não posso interpretar, porém existe um tempo , nesse e nesse dia e nesse e nesse mês, quando eu coleto todas as especiarias do incenso (ou seja, todas as especiarias que com ela podemos fazer o incenso) e eu faço delas uma mistura (ou seja, ele as mistura uma com as outras) e se fumiga a pessoa com o incenso e a pessoa pensa consigo o que ela quer ver e o que ela que saber, e então ela sabe tudo". Então o rei pensou consigo que ele já tinha despreendido tanto tempo que ele então esperaria até esse dia e esse mês (que o sábio lhe tinha dito). Veio o dia e o sábio assim o fez e o fumigou com o incenso e o rei então começou a ver até o que fizeram com ele antes de ele ter nascido, quando a alma estava ainda no mundo superior (ou seja, no outro mundo). Ele viu como conduziam sua alma por todos os mundos. E proclamavam que quem tivesse algo para dizer contra ele (ou seja, algo ruim a dizer), sobre sua alma, que viesse. E não se encontrou ninguém que tivesse algo a dizer contra ele. Nesse ínterim veio alguém, e correu e gritou: "Senhor do Universo, Ouça a minha prece. Se ele vier ao mundo o que então me restará a fazer e para que você me Criou?". E esse era o Satã (ou seja, esse que gritou era o próprio Satã. Ele gritou que se essa alma descesse no mundo ele já não teria mais o que fazer). Então lhe responderam: "Essa alma precisa descer ao mundo. E você procure para ti um conselho". E ele se foi (ou seja, esse que gritou). E a alma foi outra vez conduzida através dos mundos até que já a levaram até a Corte da Justica do Céu para que ele jurasse, para que então ela já descesse ao mundo. E ele ainda não tinha vindo (ou seja, o Satã que tinha anteriormente gritado, ainda não tinha vindo) Então enviou-se um enviado até ele e ele veio. E trouxe consigo um velho curvado que já o conhecia há muito (ou seja, o Satã conhecia o velho há muito tempo). E ele riu e disse: "Eu já me dei um conselho. A alma já pode descer ao mundo". E deixaram a alma e ela desceu ao mundo. E ele viu (ou seja, o rei) o que se passou com ele do começo ao fim. E como ele se tornara um rei e as guerras que ele teve etc... E ele capturara prisioneiros e entre os prisioneiros estava uma linda mulher que tinha todos encantos do mundo, só que o encanto não vinha apenas dela, mas ela tinha pendurado em si um diamante e o diamante tinha todos os encantos e por causa disso parecia que ela tinha todos os encantos. E na montanha não se pode chegar. Apenas sábios e ricos etc… (e mais ele não contou); e ainda tem muito a se dizer; (o trecho dos prisioneiros em diante não foi escrito exatamente da maneira como ele contou). "Salmo de David quando fugia de Absalão, seu filho. Senhor, como tem crescido número dos meus adversários! São numerosos os que se levantam contra mim. Porém Tu, Senhor, És o meu Escudo, És a minha Glória e o que Exaltas a minha cabeça…" (Salmo 3) . Entenda bem todo esse capítulo e o compreenda bem e verás como que está insinuado todo esse conto.

[Notas Seguintes à Estória]

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Mizmor leDawidh bevorcho'/Um salmo de Dawidh quando ele fugiu... Hashem, mah-rabú tsarai, rabim kamim 'alai'/Hashem, quantos são meus adversários se tornam; muitos são eles que se levantam contra mim ...

We'atah Hashem magen ba'adi, kevodi umerim roshi'/Mas você, Hashem, é um escudo sobre mim: minha glória e o levantador da minha cabeça...

Qoli el-Hashem eqra weya'aneni mehar qodsho selah'/ Com a minha voz eu chamo a Hashem, e Ele me responde de Sua montanha sagrada, Selah - a montanha mencionada acima.

Ani shakhavti wa'ishanah'/ Deitei-me e durmo - como mencionado acima.

Haqitzothi'/ Eu acordo...

Lo-ira merivevoth 'am'/Eu não vou temer uma multidão de pessoas ...

Ki-hikitha eth-kol-oyvai léchi; shinnei resha'im shibbarta'/ pois você tem ferido todos os meus inimigos na bochecha; Você quebrou os dentes dos ímpios - pois seus dentes cairiam quando quisessem subir na montanha.

Al-amekhá virkhathékha selah'/ Que Sua bênção seja sobre seu povo, Selah. [Salmos 3]

Fique de pé e contemple essas maravilhas! Se você é um ser vivo ['ba'al nefesh'], pegue sua carne em seus dentes e coloque sua vida [nefesh'] em sua palma; ficar tremendo e espantado. Deixe os cabelos de sua cabeça ficar na borda, e voltar novamente e admirar estas palavras que estão no mais alto de alturas.