Versos de um viajante
Ai! Nenhum mago da Caldéia sábia
A dor abrandará que me devora.
F. VARELA
Tenho saudades das cidades vastas,
Dos ínvios cerros, do ambiente azul...
Tenho saudades dos cerúleos mares
Das belas filhas do país do sull
Tenho saudades de meus dias idos
Pét'las perdidas em fatal paul
Pét'las, que outrora desfolhamos juntos,
Morenas filhas do país do sul!
Lá onde as vagas nas areias rolam,
Bem como aos pés da Oriental 'Stambul...
E da Tijuca na nitente espuma
Banham-se as filhas do país do sul.
Onde ao sereno a magnólia esconde
Os pirilampos "de lanterna azul",
Os pirilampos, que trazeis nas coifas,
Morenas filhas do pais do sul.
Tenho saudades... ai! de ti, São Paulo,
— Rosa de Espanha no hibernal Friul —
Quando o estudante e a serenata acordam
As belas filhas do país do sul.
Das várzeas longas, das manhãs brumosas
Noites de névoas, ao rugitar do sul,
Quando eu sonhava nos morenos seios
Das belas filhas do país do sul.