Vida obscura (grafia original)

Wikisource, a biblioteca livre


Ninguem sentio o teu espasmo obscuro,
Ó ser humilde entre os humildes sêres.
Embriagado, tônto dos prazeres,
O mundo para ti foi negro e duro.

5Atravessaste no silencio escuro
A vida prêsa a tragicos deveres
E chegaste ao saber de altos saberes
Tornando-te mais simples e mais puro.


Ninguem te vio o sentimento inquiéto,
10Magoado, occulto e aterrador, secréto,
Que o coração te apunhalou no mundo.

Mas eu que sempre te segui os passos
Sei que cruz infernal prendeu-te os braços
E o teu suspiro como foi profundo!