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Volúpia Imortal

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Cuidas que o genesíaco prazer,

Fome do átomo e eurítmico transporte

De todas as moléculas, aborte

Na hora em que a nossa carne apodrecer?!


Não! Essa luz radial, em que arde o Ser,

Para a perpetuação da Espécie forte,

Tragicamente, ainda depois da morte,

Dentro dos ossos, continua a arder!


Surdos destarte a apóstrofes e brados,

Os nossos esqueletos descarnados,

Em convulsivas contorções sensuais,


Haurindo o gás sulfídrico das covas,

Com essa volúpia das ossadas novas

Hão de ainda se apertar cada vez mais!

(Outras Poesias, 40)