Luta contra o escuro

Wikisource, a biblioteca livre

Em busca de uma hidrelétrica pioneira[editar]

Dércio Galafassi se tornou muito conhecido na juventude por ter sido um grande jogador de futebol. Quando havia uma partida importante, ele e seu irmão Danilo eram “importados” do Rio Grande do Sul, onde estudavam, para reforçar o Tuiuti Esporte Clube. Mais recentemente, Dércio se destacou na comunidade como vereador e presidente da Acic, mas houve uma contribuição que nem sempre é lembrada quando o nome da família Galafassi vem à tona: sua participação no fornecimento de energia elétrica num tempo em a Copel nem existia e a energia era gerada pela iniciativa local.

Dércio Galafassi nasceu em 23 de julho de 1935, em São Francisco de Paula (RS), estudou em Porto Alegre e só veio para Cascavel para o Natal de 1950, na adolescência, quando os pais já se encontravam solidamente estabelecidos e integrados à vida comunitária. Em janeiro de 1957 assumiu a administração do serviço de luz da cidade, sendo o primeiro a exercer a função.

Quando a Prefeitura decidiu construir a usina para geração de energia elétrica no rio Melissa, em 1957, a comunidade de Cascavel já se desenvolvia de forma acelerada a ponto de a primeira hidrelétrica dispor não de apenas um, mas de dois motores de 145 cavalos/força.

Um deles estava abandonado na frustrada construção da “Brasília” paranaense – Cidade Munhoz da Rocha – e foi simplesmente recolhida pela Prefeitura de Cascavel. A Industrial Madeireira do Paraná (Imapar), através de Florêncio Galafassi, doou ao projeto um locomóvel da marca Lena, que se viria constituir a primeira usina movida a diesel. No final da década de 50, quando chovia o trânsito entre Cascavel e Curitiba era interrompido e faltava combustível enviado da capital pelo Departamento de Água e Energia Elétrica. Até as cascas de madeira que alimentavam o locomóvel tinham o transporte dificultado. E quando o DAEE não tinha verbas para comprar o combustível, Cascavel ficava durante dois ou três dias completamente às escuras.

....

(Fonte: Alceu A. Sperança, jornal O Paraná, seção dominical Máquina do Tempo