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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Vai perguntar a Aimbire, que primeiro
Vio-me os olhos abrir á luz do dia,
Quando em seus braços paternaes tomou-me
Das mãos de minha mãi, que já não vive. »

Aimbire, que taes cousas escutava
Ao lado de Iguassú, chega-se á filha,
Aperta-lhe a cabeça contra o peito,
E enternecido diz-lhe: « Filha minha,
De meu primeiro amor unico fructo,
De tua mãi herdaste o nome e as graças;
Em ti folgo de ver minha Potira,
Potira qu’eu amei como amo a aljava,
O arco e as settas, que meu pai deixou-me;
Potira qu’eu amei como amo os bosques
Que me viram nascer, e a liberdade
Por quem hei de morrer armado em guerra;
Potira qu’eu amei, e cujos olhos
Suspenso e amoroso me traziam.
Mas ella me deixou! Ah! entre as pedras
Sobre a terra que a cobre amontoadas