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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Que quem matar tão debeis creaturas
Abrazado será lá n’outra vida.
Elles são do seu Deos tão protegidos
Que os raios e os trovões lhes obedecem,
E se escondem nas suas espingardas.
Tão forte é o seu Deos, que até parece
Que Tupan o respeita e o adora. »

« Adore-o quem quizer, qu’eu não o adoro! »
Já em furor Aimbire lhe responde:
« Nem elle, nem Tupan, quanto mais homens
Affrontar poderão a tempestade
De flechas, que obumbrar vai o seu campo.
Braços de Aimbire, procellosos braços,
Acaso alguma vez frouxos tremestes
Canguçús e giboyas subjugando?
Alguma vez tremestes quando a morte
Em cada setta aos Lusos enviastes?
Porque não fartarei a minha raiva
Com todo o sangue do inimigo odioso?
Bella Iguassú, por mim nada receies;