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CANTO III.
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Faze como eu, não creias nos inventos
Com que busca essa gente amedrontar-nos. »

« És grande, és forte, Aimbire! — diz-lhe a moça.
Desculpa o meu temor tão mal fundado;
Mas zelo foi de amor. Vai, oh guerreiro,
Em tua valentia assaz confio.
Vai, defende os Tamoyos. Vai, triumpha,
Ou morre exterminando a impia raça
Dos nossos oppressores. Vai: si acaso
Minha imagem seguir-te no combate,
Não esmoreças, não; investe ousado,
Estica o arco e a flecha, e a morte envia
Com toda a força do teu braço ingente.
Vai, Aimbire-guassú, ao lado marcha
Do ancião Pindobuçú, e como filho
Véla sempre sobre elle: inda que forte,
Meu pai é como o tronco solitario,
Que aos ventos resistio das tempestades;
Mas abalado jaz, e pende e murcha:
Sete vezes das mãos os dedos conta