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CANTO IV.
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« Sim, morrerei… » E mais dizer não pôde:
Em meio de um gemido a voz faltou-lhe.
Os labios lhe tremiam convulsivos
Como flores batidas pelos ventos.
Cruza os braços no collo, os olhos cerra,
Pende a fronte, e no peito o queixo apoia,
As derretidas perlas entornando:
Tal n’um jardim a candida açucena,
De matutino orvalho o calix cheio,
Si o zephyro a bafeja, a fronte inclina,
Puros crystaes em lagrimas vertendo.
Não sei si dorme, ou si respira ainda;
Mas parece entre pedras bella estatua.
O sol que ao resurgir a vio chorosa,
Nesse mesmo logar chorosa a deixa.

Entretanto os Tamoyos vão vingando
Altas serras pejadas de cabiúnas,
Cupahibas, jacoás e sucupiras;
E descendo já lassos da fadiga,
Chegam co’a tarde n’uma varzea amena,