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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Plantada pelas mãos da Natureza.
Curta é a varzea, e um bosque além começa.
Negreja o oriente, e rôxas nuvens
De fogo orladas pelo céo vagueam.
Parece o occidente um mar de sangue,
Com vagas de ouro; o sol nada no meio
Como um pharol acceso ou igneo escudo,
Que ao longe seus reverberos reflecte.
Um vapor azulado se deslisa
Sobre o vasto horizonte: ao longe os montes
Quaes saphiras se ostentam sotopostas
A inflammados rubins. Toda a floresta
Representa uma nuvem condensada
Sobre a terra, da côr da violeta,
E aureo effluvio sobre ella se evapora.

Nunca humano pincel pôde a Natura
Ao vivo retratar: ella n’uma hora
Por magico poder taes quadros fórma,
E o homem de pintal-os desespera.
Vinde saudar a virgem Natureza,