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CANTO IV.
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Oh artistas da Europa encanecida!
Vinde inspirar-vos neste Paraiso,
Que de humano artificio não carece
Para mostrar-se grandioso e bello.

Cantor sublime dos brasilios bosques,
Que fazes dos pinceis que a Natureza
Com tanto amor te dêo? Caro Araujo, 2
Tu que pintando o que tão bem descreves
Com essa alma de fogo, que se abrasa
N’um volcão de arrojados pensamentos,
Crear podias maravilhas d’arte,
Que a par dos versos teus mais te exaltassem,
Porque não mostras quanto póde o engenho,
Que esta Patria accendeo p’ra gloria sua?

Espessa é a floresta, emmaranhada
De parasitas mil que se entrelaçam,
Pelos troncos se enroscam como serpes,
E abraçando-os lhes sorvem força e vida