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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Co’a seve de que nutrem-se vorazes;
Como dos reis os tredos lisongeiros
Tanto lhes pesam, tanto mal lhes fazem.

Cabal rio, de longe dimanado,
A floresta divide em duas partes.
Repousa a escuridão sobre esses tectos
De apinhoadas folhas de mil ramos
De mil diversas arvores gigantes,
Cujas flores os ares embalsamam.
Como errantes estrellas relampejam
Phosphoricos insectos, aclarando
O horror da escuridão: ora alinhados
Luminosas serpentes se afiguram;
Ora n’um só logar, como um chuveiro
Seu pallido clarão juntos soltando
Vão fingindo relampago longinquo,
Que das nuvens rebenta e se evapora;
Ora em chusmas pousados nas colmêas,
Que pendem de altos troncos, representam
Illuminadas cúpolas dos templos,