Página:A Confederação dos Tamoyos.pdf/137

Wikisource, a biblioteca livre
CANTO IV.
115

Que em noite festival nos ares brilham
Sobre os escuros tectos das cidades.
Desta negra mansão o horror redobra
O funebre clamor da voz nocturna,
O echo dos ventos que entre as folhas gemem,
O echo do rio que o trovão simula,
E lento se prolonga reboando;
E o echo inda mais funebre e monótono,
Como o som do martello sobre a incude,
Da immovel araponga, que soluça 3
De ancião jequitibá na altiva coma.
Esta é a voz da Natureza em luto,
Voz terrivel que os homens apavora,
E a ideia lhes desperta do infinito.

Temem os Indios de arrojar-se ao rio
Em horas tão sinistras; e a seu modo
Co’um sêcco e duro páo n’outro encravando,
Como quem atarracha um parafuso,
Desenvolvem calor, e a flamma surge
Como por força magica ateada: