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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Como Tamandaré; estas florestas
A cuja sombra nossos pais dormiram
O socegado somno do homem livre,
Vão ser em breve a cinzas reduzidas
Por essas mãos iniquas, sempre armadas
De mortal fogo contra vós, incautos,
Contra vós, que co’amor os recebestes!
Fugi, Tamoyos meus; fugi, deixai-lhes
De Nitheroy as margens deleitosas,
Que elles invejam tanto; e onde pretendem
Á custa vossa apaseentar seu ocio,
E erguer co’as vossas mãos suas cidades.
Deixai-lhes estas varzeas tão regadas
De aguas tão doces, e estes verdes mattos
Onde colheis o cambucá gostoso,
O odoroso ananaz, e a grumixama.
Tudo deixai-lhes, sim; fugi, mas livres,
Que a par da liberdade tudo é nada,
E aqui sereis escravos. Desta terra,
Que já vossa não é, pois que seus olhos
Passaram por aqui, tirai sómente
De vossos pais os ossos, que os não pisem