Página:A Confederação dos Tamoyos.pdf/141

Wikisource, a biblioteca livre
CANTO IV.
119

« Filhos destes sertões, brada o agoureiro,
Eis o vosso Payé, que vos procura!
Velho Coaquira, destemido Aimbire,
Como dos meus conselhos não cuidosos,
Tão afoutos p’ra guerra duvidosa
Ides, sem minha voz ouvir primeiro?
E quereis que Tupan por vós combata,
Quando do seu Payé, que em vós só pensa,
Em continuo jejum na gruta escura,
Não consultais a magica sciencia?
Como filhos vos amo; e si estes olhos,
Sêccos como o meu corpo, inda tivessem
Alguma occulta lagrima, ver-me-hias
Na minha dôr vertel-a neste instante.
Oh filhos meus! que males vos aguardam!
Que males, ai de mim!… e inda heide eu vel-os!
Feliz eu si primeiro em minha gruta
Para sempre meus olhos se fechassem.

« Estes annosos troncos, tão antigos