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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Pela mente febril phantasiados,
Ora aqui, ora alli erram na selva,
Até que da cohorte em frente estacam.
A luz surge das orbitas de um craneo
Suspenso n’uma flecha: é a lanterna
Horrenda dos Payés, que nestas plagas
De sortilegio usando o medo incutem;
Que onde falta a verdade o embuste avulta.

« É Payé! » N’uma voz todos bradaram.
« É Payé! » Cada bocca pronuncia.
Batendo estão os corações de medo,
E os olhos todos no Payé pregados.

Eil-o, alto e mirrado, e bem parece
De magico poder mumia animada,
Que da terra surgira, ou do profundo!
Disseras qu’essa pelle crespa e sêcca,
Como a cortiça de já velho tronco,
Sobre ossos descarnados se amoldára.