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CANTO IV.
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Mordendo a terra, e orbes descrevendo;
Quaes vão aos seus covís victoriosas.

Começa a noite a declinar. Um echo
Na espessura resôa, rouco e surdo,
Como echo do buzio. O horror se espalha,
De sobresalto o somno se interrompe;
Despertam-se os guerreiros, receiosos
Que os malignos genios Macacheras,
E os ruins Juruparís os acommettam. 4
Uns tomados de medo cahem dos troncos,
E nem ousam da terra erguer as frontes;
Outros espavoridos, como estatuas
Estão immoveis, mudos escutando.
De novo perto estruge o som medonho,
E se repete pela vez terceira.
No mesmo instante um funebre gemido
Vai entre os negros troncos sibilando,
Como o guincho do mocho entre ruinas;
E dous lumes a par, de fumo envoltos,
Que os olhos lembram de infernaes duendes