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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Deita e amarra com torcida embira
Uma clava de pennas enfeitada,
A que chamam os Indios Tangapema.

Tendo assim preparado o sortilegio,
Chama p’ra junto a si os tocadores
De cangoeira, instrumento de ossos feito,
Que os cabellos erriça co’os sibilos.
– Tocai, dançai comigo. – Eil-o que dança
Em torno á Tangapema; e já dançando,
Seguem-lhe os passos muitos dos Tamoyos,
Pelo infernal concerto arrebatados.
Mais que todos as velhas se revolvem,
E em côro a feias bruxas se assemelham.
Cada vez mais a mais se anima a orchestra,
E cada vez a dança mais se anima;
Como um confuso rodopio rapido
De violento uracão que gyra e zune.
Mais celeros não são os Dervis d’Asia
No rodante bailar religioso,
Com que o grande Allah honrar pretendem.