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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Nenhum outro ousaria assim fallar-me!
E si eu me não lembrasse de que és filho
De meu unico irmão, pago terias
Tua arrogancia e destemido arrojo.
Vai, dize a meu irmão, e a esse Aimbire,
Esse ingrato a quem eu poupei a vida,
E que ousado anda os Indios incitando,
Qu’eu aqui os espero; elles que venham,
Com quantos braços reunir poderem,
Que em defesa da igreja e dos bons padres
Contente morrerei, porém luctando.
Dize-lhes que um christão, qual eu sou hoje.
Que me honro de chamar Martim Affonso,
Tem por gloria morrer por Jesus Christo,
E que só em christãos irmãos enxerga.
Mas dize-lhes tambem que eu condoido
Dessa vida sem Deos, sem lei, que vivem
Como animaes no matto, os aconselho
Que venham receber a luz da igreja,
E a palavra de Deos, que aqui se ensina.
Dize-lhes mais, que a guerra que hoje intentam
Contra gente tão forte e venturosa,