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CANTO V.
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De seu Deos tão amada e protegida,
Só em damno será, e p’ra exterminio
Dos que com ella emparelhar não podem
Nem na força do braço, nem na industria,
Nem no saber, que vale mais que tudo.
Que se lembrem que já esses Francezes,
Que a elles se ligaram p’ra vingar-se,
Foram por Mem de Sá lançados fóra
Da ilhota, onde tão fortes se julgavam,
Sem lhes valer na lucta atroz e horrivel
O seu Villegagnon, que abandonou-os.
Em fim, dize-lhes qu’eu lhes peço e rogo
Que se ajuntem a mim, e que me sigam;
Que ouçam a voz do céo, que os padres pregam,
Si querem que seus filhos inda sejam
Senhores desta terra. De outro modo
Serão todos p’ra sempre exterminados,
Ou p’ra os sertões fugindo, irão ás feras
Disputar os covís, viver com ellas,
Até que de lá mesmo expulsos sejam.
Si os canguçús podeis vencer co’as flechas,
Estes vos vencerão co’as espingardas.