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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

« Sabe pois o qu’isso é. Uma palavra,
N’um momento fatal articulada,
Como a voz do destino alli retumba.
O Fundador do Imperio abdica o Throno!
Diz um adeos ás margens do Janeiro;
Orphão deixa seu filho, tenro infante
Qu’inda não póde sopesar o sceptro,
E mais tres filhas tenras sem defeza,
Tanto elle crê no amor desse bom povo!
E vai por alto impulso além dos mares
Oppor-se ao proprio irmão em campo armado;
Libertar essa terra em que nascêra,
Terra de seus avós, sempre querida;
E firmar em seu Throno uma Rainha,
A Segunda Maria, filha sua:
E em fim morrer. O mundo dirá delle:
– Soube ser cidadão, ser pai, ser homem
Tendo nascido Rei. – E é quanto basta.

« Mas vê ao lado do auri-verde solio