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CANTO VI.
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Esse Infante gentil, que no seu berço
Pelo sol tropical foi aquecido,
E as auras respirou destas devezas,
Que liberdade e amor bafejam n’alma.
Vê o neto de Reis, de Pedro o filho,
Desse prudente Lima acompanhado, 2
No seu paço, sem guardas que o defendam.
Mas como o povo o ama! Como o guarda
Com paternal cuidado e puro zelo,
Sem que de imposto mando leve sombra
Da espontanea affeição lhe offusque o brilho!
Sublime proceder, que assás revela
Como do povo o amor mais se dedica
Quando menos se tenta escravisal-o!
Grande lição aos Principes da terra,
Que al pensando em tyrannos se convertem,
Conculcando a justiça e a liberdade,
Mananciaes de amor, de paz, de gloria;
E cuidam que as phalanges sustentadas
Co’o suor da nação escravisada
São do Throno os esteios mais seguros:
Erro fatal aos Reis, fatal aos povos!