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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Que o teu nome terá para memoria,
E onde os passos do barbaro estrangeiro
Não mais farão estremecer teus ossos.
Mas antes qu’eu te leve, atroz castigo
Devo dar ao cruel que incauto dorme.
Inda um momento espera; um bom amigo
Aqui está p’ra ajudar-me. »
    E tendo dito,
Vão os dous pelo campo recolhendo
Galhos sêccos e folhas de coqueiros;
E dous feixes formando, enormes feixes
Atados com cipós, os põem ás costas,
E seguem por um trilho, entre canteiros
De milho e mandioca, até que avistam
N’um pequeno terreiro uma fogueira,
Que ou por prazer accendem cada noite,
Ou para afugentar nocivas feras;
E ao lado da fogueira uma choupana
De mesquinhas senzalas rodeada.
E mostrando-as Aimbire ao companheiro:
« Nesta o cruel senhor, diz elle, habita;
E naquellas os miseros escravos. »