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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Tudo quanto eu amava me roubaste.
Sabes em fim quem sou… Agora… morre! »

« Perdão para meu pai! perdão, Aimbire!
Ah não mates meu pai! » Assim bradando
Uma gentil menina, mal envolta
N’uma alva de dormir, se arroja ao collo
Da victima, que jaz de susto immovel.
« Ah não o mates, não. » Seu debil corpo
Cobre o corpo do pai; e um braço alçado
Como que apara o golpe, ou que o conjura.

Anjo da guarda alli do céo baixado
Para salvar o peccador da morte,
Tanto assombro ao Tamoyo não causára,
Como essa apparição tão repentina,
Que da lua ao palor, em tal soidade,
Mais inspira terror mysterioso.
O braço herculeo, que vibrava a maça
Prestes a desfechar o mortal golpe,