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CANTO VII.
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Tu apressado após lhe déste um tiro,
E a mataste, cruel, dentro do matto.
Preso meu pai trouxeste, e uma criança;
E entregar-me vim eu ao captiveiro
Para estar com meu pai e minha filha,
E sobre elles velar. Si não matei-te
Foi só porque esse velho e essa criança
Não podiam pa fuga acompanhar-me,
E aqui ficando os teus os matariam.
Lembras-te tu do pobre Guaratiba?
Tu a um tronco o amarraste, em cuja base
Havia um formigueiro, e o açoutaste
Até fazer saltar co’o sangue a pelle
Das costas, que uma chaga lhe ficaram;
E as formigas, em chusmas negrejando
Sobre o convulso corpo, o remordiam!
E eu, á casa voltando do trabalho,
E vendo-o assim, por elle intercedendo,
Tu furibundo me disseste: – O mesmo
Tambem a ti farei, se ousado fores! –
Guaratiba morreo martyrisado!
Assim a esposa, a mãi, o pai, o amigo,