Página:A Confederação dos Tamoyos.pdf/246

Wikisource, a biblioteca livre
224
A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Como na guerra de furor acceso
Nem com rios de sangue se contenta.
Sou eu da raça dos tyrannos nossos
P’ra matar ou roubar pobres crianças? »

Ao descahir do sol d’aquelle dia
Anhelantes os dous emfim chegaram
Ao cimo do elevado promontorio,
Que inda hoje Cairuçú se denomina.
Alli em frente ao mar, n’um sitio agreste,
Onde talvez ninguem antes pisára,
Dêo Aimbire á igaçaba novo asylo,
E ao corpo de seu pai descanço eterno.
Depois os dous Tamoyos murmurando
Um cantico funereo, p’ra o jazigo
Grossa pedra arrastando o sigillaram.
Então o terno filho alçando a fronte,
E os braços para o céo: « Oh tu (impreca),
Oh tu a quem os raios obedecem,
E que pelo trovão aos homens fallas,
Ou te chames Tupan, ou Deos te chamem,