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CANTO VII.
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E não matal-os como fazem lobos.
Vós aos Indios chamais brutos sem alma,
E assim credes poder escravisal-os.
Mas o que desses brutos vos distingue?
Que exemplos vós lhes dais que os edifiquem?
Quando alguns dentre vós té mesmo, oh crime!
A comer carne humana os aconselham!… 2
Tremei, oh Lusos, da justiça eterna.
Deos não nos enviou do antigo mundo,
Estrada abrindo em não trilhados mares
Á esta ignota plaga, p’ra flagello
Destes míseros homens. Não, oh Lusos!
Nossa missão é outra. A luz da Europa,
Não seus erros, aqui mostrar devemos.
Esta é a terra santa e hospitaleira,
Onde á sombra da Cruz a liberdade
Deve co’os homens repartir justiça.
A Cruz ergamos, sim, a Cruz de Christo,
Signal de redempção; a Cruz que outr’ora
No Capitolio alçada salvou Roma,
Como a arca santa, que salvou das aguas
A antiga geração. Da Cruz em torno