Página:A Confederação dos Tamoyos.pdf/287

Wikisource, a biblioteca livre
CANTO VIII.
265

De colera convulso, co’as mãos ambas
Levanta a ingente maça e a descarrega;
Mas a espada do placido Cacique
Apara o golpe, pela maça entrando,
E encravada se quebra. Braço a braço
Se atracam, luctam, corcoveam ambos;
Ambos como um só corpo rodopiam,
Suam, fumegam, rugem: treme a terra,
Espuma Jagoanharo, o tio o aperta,
De si o arranca, o balanceia, o arroja.
Arfa, empina-se o indomito mancebo,
Já não homem, mas fera; e salta, e investe
Com força tal que derrubára um tronco
De annoso acayacá: mas como o touro, 1
Para fincar no canguçú que o assalta 2
Enrista as corneas pontas e as sacode;
Assim Tibiriçá, curvando o corpo,
Estica os fortes braços, e agarrando
Com força herculea o misero sobrinho,
O levanta da terra, e contra a pedra
Da soleira da igreja o arremessa,
Co’a fronte sotoposta, e a quebra, e a esmaga.