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CANTO I.
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Com lentos passos, e as cabeças curvas,
E os olhos para o chão, em pranto envoltos,
Já para a sepultura vão levando
Toscas pedras p’ra o tosco monumento.
O Cacique, sentado junto á cova,
Pousa a sinistra mão sobre a cabeça
Da filha, que soluça em seus joelhos,
E co’a dextra apertando a propria fronte,
P’ra o funereo moimento absorto attenta,
E como que sua alma além vagueia.

Aimbire chega, e pára; olha, examina;
Bate-lhe o coração; fallar não ousa.
Ao ver o velho assim, e ao lado a filha,
Parece adivinhar… Toma uma pedra
E a leva á sepultura: « Em paz descança,
(Diz) oh guerreiro, cujo nome ignoro;
Mas és Tamoyo, e amigos meus te choram.
Aqui teus ossos jazerão p’ra sempre
Sobre este monte, que me vio pequeno,
Após meu pai, andar sahís caçando,