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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Tão lindos qu’eu co’as pennas me enfeitava.
Lá diviso a Tijuca tão saudosa,
Cujas aguas bebi; nellas banhei-me.
Alli n’aquelle morro, onde se eleva
O Corcovado pincaro ventoso,
Doce e manso deslisa-se o Carioca,
A cujas margens minha mãi cantava
Tão mestos cantos, qu’eu chorando ouvia,
E ainda choro co’a lembrança delles.
Quantas vezes naquella escura varzea,
Onde o Catête saltitante corre,
Ouvindo o sabiá e o gaturamo,
Dormí, sonhei, aromas respirando
Co’aquelles ares puros que dão vida!
Aqui a baixo o Comorim se alarga, 6
Onde eu pescava tantas vezes, tantas.
Terras em qu’eu nascí, como sois bellas!
Como és formoso, oh céo do Guanabara!
Mais azul do que as pennas d'ararúna!
E a vós eu volto e vos saudo em frente
De uma recente, pranteada campa,
De quem, não sei; talvez de algum amigo! »