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CANTO II.
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Nossas florestas dessa raça espuria.
Não me faltava a audacia, mas a empreza,
Tão grande, superava ás nossas forças.
Que devia eu fazer? Minha vingança
Delongas não soffria… Nesse tempo
No Guanabara estava, n’um rochedo 6
A raça branca de cabellos louros,
E de olhos côr do céo, tão nossa amiga,
Para a entrada impedir d’essa outra raça
De olhos, e barbas, e cabellos negros.
Em canôas metti-me, e os meus guerreiros,
E fui-lhe offerecer os nossos braços.
Como amigo o seu chefe recebeo-me;
Chamou-me seu irmão; e nesse instante
Dêo-me uma arma, que fogo de si lança,
E o segredo do raio revelou-me.
E o que cuidais, oh chefes? que este raio
Sempre está prompto? Não: quando lhe falta
Este pó negro, polvora chamado,
Que o fogo accende, e como o raio estronda,
Esta arma inutil fica. (E assim dizendo,
Vai mostrando o que diz). Mas nós podemos