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CANTO II.
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Qu’inda eu os serviria: e me levaram
Para uma das canôas monstruosas,
Onde depois entrou victorioso
Mem de Sá, cuja voz tudo ordenava.

« De longe eu vi a ensanguentada rocha,
Que testemunha fôra de meu brio,
E já nenhum dos meus a defendia,
Nem os amigos brancos, que invenciveis
Em seus muros de pedra se julgavam.
E eu chorei vendo-a assim, vendo-me preso.
Apezar da victoria, os Portuguezes
Da lucta porfiosa afadigados,
E irritados co’o sol, que os abrasava,
Repouso procuravam. Veio a noite,
E exceptuando alguns que vigiavam,
De um lado e d’outro armados passeando,
Os mais dormiam. Eu deitado estava,
Co’as mãos atadas para traz com cordas,
E olhando para o mar. Mais do que o corpo