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em que se póde tornar para o nosso país o estudo e desenvolvimento floricula.

Pelo nosso clima, pelo nosso solo e pelo amor inato do nosso povo á flôr, Portugal está naturalmente indicado para realizar a frase do poeta e ser realmente «o jardim da Europa...» O comercio interno da flôr vai-se entre nós desenvolvendo bastante, em especial nas grandes cidades, como Lisboa e Porto. Mas não basta esse horizonte á inteligencia e labor duma população economicamente educada. Além da exportação da flôr viva, chamemos-lhe assim, que póde ir para a Europa central e Espanha, como até hoje tem vindo de lá para cá, temos a exploração industrial que, como dissémos, faz a fortuna de muitas regiões. Que enorme campo não é esse para a actividade da mulher, não só para operarias e cultivadoras assalariadas, como para a proprietaria inteligente e industrial, instruida no seu mistér?! Só neste limitado campo da floricultura comercial a mulher portuguesa tem muito por onde exercer a sua actividade e auferir o seu pão honestamente, desde a modesta vendedora de flôres que necessita de educação para valorizar a mercadoria, fazendo ramalhetes artisticos e apresentando-se vestida com graça, até á proprietaria dos jardins, á industrial, á operaria e áquela que dirija quimicamente os alambiques de destilação, á que vigie o acondicionamento das essencias e á comerciante, que é o traço de união entre o produtor e o publico.

No nosso país ha regiões privilegiadas para a