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mais do que o oiro. E o mesmo sucede nessa deliciosa terra dos Alpes, a perfumada Grasse, onde a população, principalmente as mulheres e as crianças, se entregam á simpatica tarefa da floricultura industrial.

Que o nosso país é eminentemente apropriado á floricultura, assim como ás culturas do pomar e da horta, já dois seculos antes da era cristã o dizia o historiador Polybio, quando afirmava que, «pelo bem temperado do seu clima, na Lusitania jamais se estragavam os frutos e que as rosas, os goivos brancos, os espargos e outros produtos semelhantes só deixavam de criar-se durante três meses no ano.»

Um campo de rosas ou de violetas, uma encosta coberta de junquilhos nevados, um pomar de lilazes ou de laranjeiras que só dão flôr, canteiros de lirios e de nardos... eu não sei de maior encanto para o espirito duma cultivadora inteligente, que pode calcular, sem de modo algum lhe tirar a poesia, o fabuloso lucro que desse encanto provirá. É na verdade realizar o ideal maximo, juntar o util ao agradavel.

A floricultura, sob o ponto de vista comercial e industrial, é, sem duvida, um dos campos mais apropriados á utilização inteligente do trabalho da mulher.

Pelas ligeiras notas que aqui démos, e que mais largas não podem ser, porque outros assuntos solicitam a nossa atenção no desenvolvimento desta tese, todos ficam compreendendo a riqueza imensa