Página:Manuel da Maya e os engenheiros militares portugueses no Terremoto de 1755.pdf/49

Wikisource, a biblioteca livre

E he quanto me foi possivel unir nesta 3.ª parte, guardando o restante para a quarta. Lx.a 31 de março de 1756.


Additamento

Em decimo lugar offereço a planta n.° 5 p.a a renovação da cidade de Lisboa baixa arruinada sem attenção á conservação de sitios de templos ideada pello Cap.m Eugenio dos Santos e Carvalho na qual a cor amarela mostra o que se fará de novo, e o vermelho o que se conserva do antigo.

Em undecimo lugar offereço a planta n.º 6.º p.a a renovação de Lisbôa baixa arruinada sem attender á conservação dos sitios antigos, ideada pelo Capitão Elias Sebastião Pope. Lx.a 19 de abril de 1756. = Manuel da Maya[1].


Basta este trabalho para mostrar a competencia e autoridade de Manuel da Maya como um verdadeiro engenheiro, na mais ampla accepção d'esta palavra, e com as mais largas vistas sobre os complexos assuntos que se prendem com a sua profissão e nella exigem os conhecimentos mais profundos sobre as necessidades capitaes da organização social. Não admira por isso que o seu nome cresça no respeito dos vindouros, como fôra respeitado e querido pelos seus contemporaneos.

Do conceito e estima em que era tido pela gente do seu tempo, reza por exemplo o seguinte trecho do 14.º volume do Theatro de Manuel de Figueiredo, repositorio importante de informações e noticias com que entramos no conhecimento do meio português no século XVIII, por uma forma por vezes pittoresca e palpitante:

«O' virtuoso, constante e distincto Português Manuel da Maya! Quanto não soffrerias para nos deixar aquelle incomportavel thesouro, que hoje

  1. T. do Tombo. M.o da Guerra — Maço n.º 270 da remessa de 26 de dezembro de 1891.