Amarello, roxo, pallido, negro, o frade tremia;
sumiram-se-lhe mais os olhos e faiscavam
lá de dentro como duas brazas; fez um
esfôrço
sôbre si mesmo para fallar, e disse com uma
voz cava e cavernosa como de sepulchro:
— 'Pois pergunto, sim; e permitta Deus!..'
— 'Padre, não jure nem pragueje' interrompeu Carlos com firmeza e serenidade ’as suas intenções serão boas talvez... creio que são boas, filhas de um remorso salutar...’
— 'Que dizes tu, Carlos... que disseste?.. Oh, meu Deus!'
As scenas tinham mudado: Fr. Diniz parecia o pupillo, a sua voz tinha o som da súpplica, ja não tremia de íra mas de anciedade; Carlos, pelo contrario, fallava no tom austero e grave de um homem que está forte na sua razão e que é generoso com a sua offensa. As palavras do mancebo eram agras, via-se que elle o sentia e que procurava adoçá-las na inflexão, que lhes dava.
— 'O que eu digo, padre Fr. Diniz, o que