É a hora em que d’entre as ramagens
Aspeto
É a hora em que d’entre as ramagens
Rouxinóes cantão nenias sentidas;
É a hora em que juras de amores
Serão doces nas vozes tremidas,
E auras brandas e as agoas visinhas
Murmurião no ouvido silente;
Cada flor â noitinha de leve
Com o orvalho se inclina tremente;
E se encontrão nos céos as estrellas,
Sâo as agoas d’azul mais escuro,
Tem mais negras as côres as folhas,
Desse escuro o céo vai-se envolvendo
Docemente tão negro e tão puro
Que o dia acompanha — nas nuvens morrendo,
Qual finda o crepusculo — a lua nascendo.