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Ó lirios da cidade, ó corações doentes

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Ó lirios da cidade, ó corações doentes
Das vagas affecções modernas e galantes;
Eu sei que vós morreis aos sons agonisantes
Das orchestras febris,—nos sonhos dissolventes!

Sois os fructos gentis que balançaes pendentes
Nas arvores da vida; e os pobres viajantes
Famintos d'ideal, sorriem triumphantes
Julgando-vos colher nas seivas innocentes!

E tragam com fervor o pomo apetecido
Que deve ter um mel oculto no tecido,
—Um raio bom do sol que nos sorri tão alto;

Mas vós que sois da moda um luminozo aborto,
Como os fructos crueis das margens do mar morto
Apenas conteis dentro uma porção d'asphalto!