Ó meu coração torna para traz

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Ó meu coração torna para traz
D'onde vaes a correr, desatinado?
Meus olhos incendidos que o peccado
Queimou... Voltae horas de paz.

Vergam da neve os olmos dos caminhos,
A cinza arrefeceu sobre o brazido.
Noites da serra, o casebre transido...
—Scismae meus olhos como dois velhinhos...

Extìnctas primaveras evocae-as:
—Já vae florir o pomar das maceiras,
Hemos de enfeitar os chapeus de maias—

Socegae, esfriae, olhos febrís.
—E hemos de ir cantar nas derradeiras
Ladainhas... Doces vozes senís...—