Ó pobres versos meus, lançae-vos pela estrada

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Ó pobres versos meus, lançae-vos pela estrada
Agreste e pedregosa, aonde os companheiros
Da luta, encontrareis, meus infimos guerreiros,
Formando os batalhões da bellica avançada!

E o trajo em desalinho, a face illuminada,
Transponde, sem demora, os fossos derradeiros
Que separam de nós os braços justiceiros
Da serena Verdade, a Deusa idolatrada.

Vencidos no combate, ou pouco ou nada importa.
Ao chão vergae sem pena a faço semi-morta,
Mordendo, inda a lutar, o pó da enorme liça:

E tudo, emfim, esquecendo; os odios e os desprezos;
Que d'entre vós alguns, ao menos, fiquem prezos
Como fios de luz, ao manto da Justiça!