A Esperança Vol. I/Reconhecimento
Bem haja o cavalheiro que veio fazer recordar-nos da época feliz em que os Magriços sahiram a campo para defender as damas; elles com a espada em punho, este com a mimosa penna que não tem menos valor.
Podemos agora as damas com menos timidez erguer a fronte e com mais animo lançar mão da penna.
Bem m'o dizia o coração!.. bem me prezagiava elle que não ficariam sós e indefezas, sem que viesse alguem em soccorro do sexo brando.
Quanto te estamos agradecidas! As tuas palavras são como o orvalho do céo que faz produzir a terra fructos deliciosos; assim ellas em nosso espirito abatido pelo resentimento farão talvez produzir alguma nova composição.
Bem hajas desconhecido defensor; se é que são desconhecidos os genios que adejam juntos pelas regiões ethéreas, ora na terra entre as solidões do mundo, já nas noites de lua á beira mar, nos dias de tristesa á sombra de cyprestes que cercam a campa d'algum ente querido...
O que devo dizer, é que se algum pequeno merecimento tivessem os escriptos que tenho dado á luz da publicidade, ficaria agora demasiado recompensada com o — Estimulo que me dirige, F. M. de Sousa Viterbo, pel que lhe será eternamente reconhecida quem é muito sua.
Porto 17 d'abril de 1865,
Veneradora e obrigada.
Maria Adelaide Fernandes Prata.