A Jovem americana

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Donde é que te eu vi, donzela,
E o que eras tu nesta vida
Quando não tinhas vestida
A forma de virgem bela
Que ora te vejo trajar?

Estrela foste no céu,
Serias no prado flor?
Ou, no diáfano splendor
De que Íris faz o seu véu,
Estavas, Silfa, a bordar?

Não houve poeta ainda
Que te não visse e cantasse,
Mulher que não te invejasse,
Nem pintor que a face linda
Te não fosse copiar.

Séculos tens. - E ah!... já sei
Quem és, quem foste e hás-de
Bem te eu estava a conhecer
Quando primeiro te olhei
Sem te poder estranhar.

Com Deus e coa Liberdade
De nossas terras fugiste
Quando perdidos nos viste,
E te foste à soledade.
Do Novo Mundo acoitar.

Pois que ora piedosa vens
E nos sentes ressurgir,
Oh!, não tornes a fugir,
Que melhor pátria não tens
Nem que mais te saiba amar.

Teu natal celebraremos
Hoje e sempre: teus amigos
Somos na lealdade antigos,
E no ardor novos seremos,
No desvelo em te adorar:

Porque tu és o Ideal
Da só beleza - do Bem;
Não és estranha a ninguém,
E de ti só foge o mal
Que te não pode encarar.