A tacha maldita/IX
Como um trapo esfrangalhado
Pelos corvos disputado,
De cavalo, ou de outro gado,
Andava o podre Chiquinho;
Os urubus da doença
Lutavam sem mais detença
Para nem lhe dar licença
De chorar seu dinheirinho.
Tinha rijas convulsões,
Recordando as intenções,
Transformadas em baldões
De provocar adultério.
Quando a João encontrava
Todo lívido ficava:
Parecia já se achava
Sob o chão do cemitério.
No festim do casamento,
Cheio de contentamento,
Parecia um cão nojento,
Leproso e curvo das pernas.
Pouco a pouco foi sentindo
Esse abatimento infindo
Que o nobrezismo já findo
Das cousas sofre modernas.
Mas seu olhar senhoril
Bem mostrava do Brasil
O negreirismo senil
Diante da evolução.
Naquela festa de moços
Tão novos quanto colossos,
Era como uns magros ossos
Nu'a mesa de glutão.
Em presença de Izabel
Rugia como Lusbel
Calcado por São Miguel.
Diante do belo par
Tão sublime e tão bonito,
Tinha a força de um palito
Rojado contra o granito,
Que os seios rompe do ar.
Agora, amigo Leitor,
Se acaso me tens amor,
Peço vejas por favor,
Se de tempo não estás falto.
Aquele pífio soneto
Que acima neste livreto,
De cinco silabas feito,
Acabo rimando em — ALTO.