A velhice do Padre Eterno/XXVIII

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Quando eu morrer abram-me o peito
E d'esta jaula, onde houve um leão,
Tirem, o carcere era estreito,
Meu velho e altivo coração.

Depois sem dó e sem respeito,
Sem um murmurio de oração,
Lancem-no assim, vai satisfeito,
Á valla obscura, á podridão,

Para que durma e se desfaça
No lodo amargo da Desgraça,
Por quem bateu continuamente,

Como um tambor que entre a metralha
Estoira ao fim d'uma batalha,
Rouco, furioso, ancioso, ardente!