Ai, vem!

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Não sei se sabes quanto amor eu tenho,
Guardado dentro d'alma, com fervor,
Como um crente que estreita um Santo Lenho,
Juncto do coração, cheio d'ardor.

Em bem guardal-o ponho grande empenho,
Intacto como o Lenho do Senhor;
Hasde sentil-o que tambem convenho
Que arde em teu peito um semelhante amor.

Escuta, ao longe, escuta essa harmonia,
Cantam os rouxinoes, nos arvoredos,
Banhados pela lua que irradia.

Confiam, mutuamente, os seus segredos...
——Ai, vem tambem contar-me a melodia
Dos teus sonhos d'amor, d'amor tão ledos.